sábado, 2 de outubro de 2010

Au revoir, eu espero.



Há pouco mais de quatro meses, estou de volta ao Brasil. Não escrevi antes um fechamento para o blog porque meu 'jet lag' ainda me causava dor. Dor mesmo, daquela que dói das pontas dos pés aos fios dos cabelos. Dor daquela de só quem passou por experiências deste gênero e por despedidas tão definitivas pode sentir.

Costumo pensar que eu gostaria muito de poder dizer ao partir "Au revoir" e não "Adieu", porque a primeira me consolaria com a esperança de poder vê-los em breve, "até nos revermos". Porém, eu sabia que adeus seria a palavra mais indicada, pois mesmo que eu volte um dia à Baerenthal, ainda assim, as chances de eu reencontrar as pessoas por quem eu mais criei afeto são mínimas, afinal cada um segue o seu destino, c'est la vie.

A minha despedida foi muito emocionante. Nunca esperei aquela reação deles... Em cada um que eu abraçava podia ver nitidamente a tristeza de nos separarmos, as lágrimas que nunca imaginei que cairiam dos seus olhos. Jamais esquecerei daquele momento. Em todo o caso, uma certeza ficou: Eu cumpri meu papel com maestria. Fiz a diferença. Marquei a vida deles tanto quanto marcaram a minha.

Ao voltar, recebi o certificado do estágio e, junto com ele, a Mme. Cathy Klein me escreveu uma carta de recomendação. A emoção foi imensa. Ela, que dificilmente elogia alguém, dedicou uma parte do seu tempo para me prestigiar. Nossa, que falta que me faz o seu sorriso.

Ainda hoje mantenho contato com os mais especiais... E, cada vez que isso acontece, sinto que minha alegria de viver se multiplica. Eles me fazem muita falta, muito mais do que supus que fariam.

Hoje em dia estou trabalhando como concierge em um hotel de luxo que, providencialmente, abrirá este mês aqui em Gramado. Sinto-me muitíssimo abençoada pelas oportunidades que recebi da Vida até hoje. Agradeço muito a Deus por estar me acompanhando e por me ajudar a enfrentar todos os desafios e ainda tirar proveito dos mesmos.

Meus planos? Por enquanto o plano é não ter plano por um tempo... seguir batalhando para ser uma pessoa melhor e encontrar um novo sonho para sonhar.

O fato do meu coração pertencer ao mundo nunca mudará, mas descobri que posso ser do mundo, independente do lugar que estiver, porque eu já não sou mais a mesma, e a França será sempre parte integrante do meu ser e agir.

Merci beaucoup!